Hoje muito se fala que vivemos na era da comunicação; que o ato de comunicar nunca esteve tão presente na vida das pessoas. Que nunca foi tão evidenciado; que as tecnologias atuais de comunicação reduziram praticamente a zero as distâncias; aumentando de maneira inimaginável a velocidade na troca de informações; e por aí vai… Embora os estudos da comunicação como área disciplinar acadêmica tenham iniciado em meados do século passado, como todos nós podemos suspeitar, o ato de comunicar não é algo novo, e nem exclusivo do ser humano. Entretanto o homem é o único ser que tem consciência disso, com a incrível capacidade de armazenar e manipular informações gerando conhecimento. É o único (pelo menos até aqui) que tem suas representações mentais (pensamentos, história, linguagem, conhecimento…) expressas de forma simbólica.
Para John B. Thompson, no livro A Mídia e a Modernidade, a comunicação pode ser entendida como uma atividade social, que implica na utilização e envolvimento de vários recursos e técnicas para produção, transmissão e recepção de formas simbólicas. Nesse processo, os elementos técnicos empregados são o meio por onde o conteúdo simbólico (informação) é transmitido e fixado na relação entre mensagem enviada e recebida. Nesse sentido, o meio disponível e utilizado (como fala, escrita, desenho, sinal de fumaça, expressão corporal, dados digitais, gesto, ruído, ação, posição… e a lista segue) influencia no grau de fixação de uma determinada mensagem. E mais, por meio dessas mensagens estamos ativa e constantemente nos modificando, em virtude dos significados oferecidos pelo ambiente a nossa volta. “É um processo no qual algumas mensagens são retidas e outras são esquecidas, no qual algumas se tornam fundamento de ação e reflexão, tópico de conversação entre amigos, enquanto outras deslizam pelo dreno da memória e se perdem no fluxo e refluxo das imagens e ideias”, salienta o autor.
Por mais apocaliptos ou integrados que possamos ser, o fato é que como criaturas simbólicas, e principalmente como profissionais de comunicação, precisamos estar antenados com as mudanças e características do mundo a nossa volta, para que a relação Produção – Recepção seja a mais eficiente possível.
Redigi esse texto no período em que escrevia um capítulo para o livro de Mídia e Conhecimento, organizado por professores do EGC (Vanzin e Gertrudes). Em breve estarei escrevendo sobre isso aqui.
Foi publicado originalmente no blog da Agência Criação em 28 de out. 2010: http://agenciacriacao.com.br/blog/index.php/2010/10/comunicacao-significado-mensagem-e-ha-o-que-ele-disse/
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